segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O JORNALISTA NA MIRA

Por Marianna Cezar, Marcela Alexandrino e Renata Pinheiro


“Corre- corre, adrenalina, ação e muita coragem são fatores predominantes em uma operação policial”, afirma o repórter do programa Se Liga Bocão, Marcelo Castro. Segundo o jornalista, participar de uma incursão em locais menos favorecidos é complicado, e os profissionais que optam por isso sabem os riscos que estão correndo. 
Acompanhar diariamente o trabalho dos policiais militares e civis na rua necessita de muita atenção, porque numa operação de alto risco, o jornalista também se torna um alvo. O uso do colete a prova de balas, o posicionamento durante a operação e a movimentação com os policiais é fundamental. Segundo Marcelo, esse trabalho não requer muitas opções de recursos de segurança. “Não podemos nos ariscar em determinadas situações. Além do colete, é necessário apenas ter atenção e ouvir as orientações dos policiais”, comenta. 
O repórter conta ainda que diversas vezes já participou de troca de tiros. “A adrenalina é muito grande, naquele momento você esquece tudo e entra no jogo, faz o trabalho normal. Uma operação com troca de tiros é muito mais interessante para o telespectador”, conclui Marcelo.
O mundo do crime já está organizado ao ponto de ter fuzil, arma de uma potência tão grande, que o colete não é capaz de proteger. Não seria necessário um colete mais resistente e um capacete a prova de bala? Para o repórter da TV Bandeirantes Bruno Sales, todos são responsáveis por qualquer tipo de problema que aconteça com o jornalista durante a operação. “O profissional é o maior culpado, ele tem que saber abortar a missão em caso de risco. Mas a emissora e a policia não deixam de ter sua parcela de culpa, por permitir que equipes de reportagens acompanhem essas operações”, ressalta Bruno.
Liberdade de expressão faz parte do contexto jornalístico, e dessa mesma forma o profissional tem autonomia para participar ou não de uma operação. O jornalista pode recusar realizar um trabalho por questões éticas, de foro íntimo ou emocional. Mas a empresa de comunicação também pode tomar as medidas que julgarem adequadas. Segundo a Presidente do Sinjorba - Sindicato dos jornalistas Profissionais no Estado da Bahia Marjorie Moura, ao escolher a profissão de jornalista é preciso ter a consciência de que o trabalho nem sempre será desenvolvido em lugar limpo e seguro, com fontes agradáveis e colaborativas. “O profissional tem que exercer sua atividade em qualquer lugar, sob pena de ficar rotulado e com pouca experiência em sua área”, ressalta.
Em contra partida, Marjorie explica que a ânsia de informar, de captar imagens ou informações não pode ser maior do que a segurança pessoal de cada profissional de imprensa. “É necessário mediar essa relação, pois é a vida de cada um que está em jogo”, conclui a Presidente do Sinjorba.
                                                
O jornalismo é uma atividade profissional que lida com notícias factuais e informações no geral. Para tanto, é necessário uma boa apuração e cobertura dos fatos. O jornalista que trabalha com Editoria de Segurança, deve buscar as notícias junto aos os policiais. No dia 06 de Novembro de 2011, um cinegrafista morreu enquanto realizava uma operação em uma favela no Rio de Janeiro. O profissional que cobria acompanhava os policiais e usava colete no momento do crime, mas mesmo assim foi assassinado pelos bandidos. O fato é que essas operações trazem inúmeros riscos para os jornalistas.



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