segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ainda é grande o preconceito contra nordestinos

Por Elizabete Monteiro

“O preconceito é uma coisa sem sentido. Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante. O que importa se ele é nordestino e você não?” diz o cantor Gabriel o Pensador, em sua composição “Racismo é Burrice”.

O preconceito contra nordestinos é muito mais comum do que se imagina. Um dos casos mais comentados aconteceu no ano passado, quando a estudante de direito Mayara Petruso, insatisfeita com a vitória de Dilma Rousseff (PT) na eleição para presidência, ofendeu os nordestinos no perfil do twitter com a mensagem: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!". 

De acordo com a advogada Lorena Rezende, a atitude é considerada crime (Lei nº 9.459, de 15/05/97) e se agrava se for cometido com a utilização de qualquer meio de comunicação social, com a pena de reclusão prevista para dois a cinco anos e multa.

O engenheiro civil, Sandro Gomes, 38 anos, recebeu uma proposta de trabalho no Rio de Janeiro e foi morar lá em 2008. Ao chegar à empresa, uma funcionária perguntou, de forma desagradável, porque ele havia sido contratado, já que lá existiam outras pessoas que poderiam ocupar a função. Apesar disso, Sandro acha que foi um caso isolado e que, em geral, o carioca é bastante receptivo e, por isso, não mexeu mais nesse assunto.

Nesses casos, a vítima pode fazer uma denúncia, em uma delegacia, e se possível, com testemunhas. Também é possível procurar uma ONG que seja voltada para apoio às vitimas de preconceito, pois elas costumam ter contato direto com os órgãos responsáveis para solucionar o problema, explica a advogada.

Injuriar alguém - atribuindo-lhe qualidade negativa, ofendendo-lhe a dignidade ou honra - é crime. As diferenças devem ser aceitas, compreendidas e principalmente respeitada por todos nós no que se refere à discriminação em relação a cor, etnia, religião ou origem.

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