segunda-feira, 9 de maio de 2011

Homossexuais ainda sofrem preconceito no ambiente corporativo

Por Deisiane Santos

          O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e a dificuldade em encontrar trabalho cresce constantemente. Na medida em que aumenta a exigência das empresas em relação à habilidade dos candidatos a funcionários para uma possível contratação, aumenta também as restrições aos concorrentes que sejam homossexuais.
            Na Constituição Federal consta que todos são iguais, e que não deve haver qualquer tipo de discriminação. Mesmo assim, segundo o advogado João Lima, ainda é grande o preconceito enfrentado pelos homossexuais no ambiente de trabalho. “Na maioria das vezes, é na busca por uma oferta de emprego, que a orientação sexual é afetada, devido ao preconceito na sociedade. As pessoas não sabe lidar com os homossexuais.”, afirma Lima.
            Caminhando no sentido contrário da legislação, há casos de empresas que demitem sumariamente os funcionários quando descobrem a condição sexual, como aconteceu com Márcia Santana*. Por motivos pessoais, decidiu que não contaria a ninguém sobre a própria homoafetividade. Contudo, após certo tempo, um dos colegas descobriu e espalhou a notícia pela instituição. Como forma de punição, Márcia foi demitida. “O preconceito começa muitas vezes dentro de casa, depois pelos colegas e amigos de trabalho. Sofri muito quando descobriram minha orientação sexual e fui motivo de chacota. Ninguém me respeitou apenas por eu ser homossexual e nem mesmo minha qualificação foi levada em conta. Fui demitida sem nenhum respeito”, diz Márcia.
            Há ainda empresas que não respeitam a Constituição Federal, tampouco as leis trabalhistas. Desde o momento de seleção, o homossexual é inferiorizado ainda que possua um curriculum equivalente ao cargo em questão, e que possua diversas referências. Os empresários limitam-se a dizer que não atendem as perspectiva da empresa.
            Em uma entrevista feita pelo Jornal A Tarde, o fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luis Roberto de Barros Mott, publicada no site www.ggb.org.br/mott_entrevista.html, seria necessário que as leis fossem respeitadas para que todos possam exercer seus direitos. “Mentalidade não se muda por decreto, mas havendo leis como a lei contra a homofobia com certeza iria garantir aos homossexuais o amparo legal para sua cidadania plena”, ressalta Mott.



*Foi usado nome fictício para preservar a identidade da fonte.



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